Não basta ter ideias; é preciso desenvolvê-las

O parágrafo argumentativo não pode ser resumido à apresentação da tese, ou seja, da opinião formada sobre determinado assunto.

É preciso expandi-la, ou seja, desenvolvê-la com uma linguagem adequada ao nível culto, justa e convincente.

Para isso, você poderá usar vários recursos como, dentre muitos, os da exemplificação, citação de dados estatísticos, constatação de fatos e detalhes, comparação.

Exemplo:

Há alunos que surpreendem positivamente os professores (tese)Por exemplo, não tem sido incomum encontrar casos de expressivos resultados no Enem de discentes que tiveram desempenho apenas mediano no Ensino Médio. (desenvolvimento)

Muitas vezes, também, o parágrafo requer uma conclusão.

Veja, assim, como o parágrafo do exemplo poderia ser concluído:

Há alunos que surpreendem positivamente os professores (tese)Por exemplo, não tem sido incomum encontrar casos de expressivos resultados no Enem de discentes que tiveram desempenho apenas mediano no Ensino Médio. (desenvolvimento) Dessarte, cabe ao professor investir igualmente em todos os seus alunos e esperar o melhor de cada um deles. (conclusão) 

Guarde esta: apenas uma constatação, a citação de determinado fato ou a apresentação de algum comentário não caracteriza o parágrafo!

É preciso, para ser reconhecido como tal, que o fragmento de texto apresente tese+expansão da tese+conclusão (se for o caso).

Agora é treinar, treinar e … treinar!

Você confia no NHS?

Não confie no NHS (“Na Hora Sai”), pois em redação é uma temeridade, uma loteria ir para a prova sem estar devidamente condicionado a responder qualquer questão que lhe peça uma dissertação argumentativa.

Procure, assim, desde já, assimilar estruturas frasais básicas e conceber parágrafos e textos condizentes com o que se espera de você.

Isso não significa enterrar a sua criatividade e engessar as suas linhas de pensamento e argumentação.

O que importa, sim, é assegurar-se do seu melhor desempenho com o menor nível possível de estresse.

Busque, então, treinar mecanismos de facilitação da sua produção textual em ambiente de prova.

Lembre-se de que, no salão de provas, você enfrentará a premência de tempo e as demais imposições da banca responsável pela elaboração da prova.

Portanto, procure treinar à exaustão a produção textual em situações que simulem o dia do concurso, exame ou vestibular.

Veja o exemplo da Introdução de um suposto texto dissertativo-argumentativo:

Quem tem saudáveis hábitos de leitura normalmente escreve bem (apresentação da tese), porque (conector entre a introdução e a apresentação do 1º argu-mento) adquire bom vocabulário (apresentação do 1º argumento), assimila as estruturas frasais com naturalidade (apresentação do 2º argumento) e, principalmente, (conectores de adição e destaque ao último argumento, o mais forte dos três)  desenvolve o senso crítico. (apresentação do 3º argu-mento) Comprovar essa tese é o objetivo deste trabalho. (apresentação do objetivo do trabalho)

Agora é treinar, treinar e … treinar!

Se desejar, contrate o nosso serviço de correção de textos.

Como organizar ideias

O nascedouro de qualquer texto dissertativo é a opinião formada a respeito de determinado assunto (tese), à qual poderão estar associadas outras tantas ideias secundárias, as satélites.

Organizar uma linha de pensamento e argumentação com ideias que se somem ao longo do texto da forma mais clara e convincente possível é desafiante.

Veja como você poderá fazê-lo:

  • Cronologicamente, observando a sucessão dos fatos que lhe digam respeito.

Exemplo: A corrupção no Brasil é histórica, pois remonta da sua colonização, passa pela Monarquia e chega à República como erva daninha que, em nome dos interesses individuais de uma minoria privilegiada, abafa a conquista dos legítimos interesses nacionais e faz do brasileiro um povo carente de serviços essenciais de qualidade, regido por governos que se locupletam na administração do erário.

  • Espacialmente (para efeito de provas, sugerimos do geral para o particular).

Exemplo: Educar não é tarefa para amadores. Crianças até seis anos precisam assimilar valores éticos e morais, até mesmo ludicamente, a fim de que possam relacionar-se bem em sociedade. Dessa forma, pais e professores devem incentivar brincadeiras que estimulem a autoestima e a valorização do indivíduo em ambiente de respeito ao próximo.

  • Logicamente:

# pelo método dedutivo: partindo de uma generalização a especificações  até chegar a conclusões.

Exemplo: Participar do socorro a acidentados nas condições mais próximas da realidade é a melhor preparação que podem receber candidatos à carreira de aeroviário. Sendo assim, as escolas de formação devem, além de ministrar aulas teóricas sobre primeiros socorros, criar simulações de acidentes com o propósito de mediar o preparo físico e emocional de cada voluntário e criar reflexos que lhes possam ser úteis em casos reais.

# pelo método indutivo: partindo de detalhes para chegar a conclusões.

Exemplo: Acordar às 5h30, tomar banho frio e estar pronto para o café às 6h, deslocar-se para as atividades matinais às 6h30, impecavelmente uniformizados, e assistir a palestras até o meio-dia; à tarde e à noite, aplicar a teoria em exercícios na selva. Essa era a rotina de duas semanas dos jovens que se preparavam para ser aeroviários. Difícil experiência, mas necessária para testar o preparo físico e emocional de cada candidato e criar reflexos que lhes possam  ser úteis em casos reais.

# pelo método dialético: mais comuns em textos de contra-argumentação, quando o autor chega a determinadas conclusões depois de apreciar argumentos que lhe sejam contrários.

Exemplo:Home banking”, “Off 30%” e “Happy hour” são estrangeirismos que, por estarem consagrados pela linguagem comercial, sugerem que todos os consumidores brasileiros estejam aptos a decodificá-los. Ora, se somos ainda um povo em grande parte apenas semialfabetizado na própria língua materna, o que dizer em idiomas estranhos? Tais recursos linguísticos, portanto, são elitistas e excludentes, pois privilegiam uma camada mais letrada e abastada da população e marginalizam o estrato mais inculto e pobre dentro do seu próprio país. Inconcebível. 

Agora é treinar, treinar e … treinar!

De dez em dez você chega a mil

Guarde bem: parágrafos Nota Dez fá-lo(a)-ão chegar ao texto Nota Mil.

O parágrafo Nota Dez é resultado de cultura geral, domínio do idioma, conhecimento das técnicas de redação, boa dose de criatividade, discernimento, talento e muito treino.

Tome como exemplo  alguém que deseje tornar-se pianista: não lhe bastará apenas conhecer a teoria musical e dispor-se a tocar o instrumento; será preciso exercitar-se bastante, obstinadamente, até ganhar desenvoltura.

Conhecer a estrutura de  bons parágrafos e as suas desejadas qualidades tornarão o(a) redator(a) mais apto(a) a produzir textos dissertativos acima da média.

Em redações de vestibulares, concursos e exames para os quais você esteja se preparando, não é suficiente ter somente a inspiração como sua aliada, porque os seus textos não serão literários, nos quais a liberdade poética é plena.

Muito mais do que inspiração, você precisará de requisitos que lhe permitam compor textos que abarquem o maior número possível de ideias, todas muito bem entrelaçadas e apresentadas com linguagem adequada  em até 30 linhas.

Lembre-se de que todo parágrafo requer Introdução + Desenvolvimento + Conclusão (às vezes dispensável).

Como estamos dando ênfase aos parágrafos dissertativos, observe o exemplo que seque:

Praticar a produção textual duas vezes por semana é o mínimo que se sugere a candidatos ao Enem (introdução na forma de tese), porque (conector) essa atividade ampliará a cultura geral (argumento 1), dar-lhes-á desenvoltura linguística (argumento 2) e, acima de tudo, (conectores de adição + ênfase) aprimorará o condicionamento para a realização da prova nas melhores condições possíveis (argumento 2). Diante disso, espera-se que haja a conscientização dos discentes a respeito da importância dessa sugestão. (Conclusão)

Guarde esta máxima: de parágrafo Nota Dez em parágrafo Nota Dez você chegará ao texto Nota Mil!

 

Puxe pela memória!

Candidato seguro é aquele que está bem preparado, não apenas intelectual, mas psicologicamente também.

Um alerta: ninguém está livre de, apesar de  conhecer o assunto sobre o qual a questão de redação esteja relacionada, sentir dificuldade antes de escrever as primeiras linhas da Introdução.

Isso pode ser consequência de diversos fatores, dentre os quais a insegurança, o excesso de ansiedade e a tensão diante do pouco tempo disponível para a produção textual em ambiente de prova.

Pois bem, o que fazer então?

A primeira atitude recomendada  é manter a elegância e não começar a escrever imediatamente!

Respire fundo, dê um tempo para voltar à calma.

A seguir, concentre-se no tema!

Releia os textos de apoio e os enunciados  até sentir-se seguro(a) do que se está pedindo a você.

Não permita que a mente divague. 

Pense apenas no pedido da proposta e no como abordar a questão.

Lembre-se de que a banca de correção não estará esperando um tratado sobre este ou aquele assunto; basta, portanto, em casos de dissertação, que você tenha uma ideia formada sobre o que escrever (tese) e argumentos (na maioria das vezes dois já é o suficiente) que possam sustentá-la.

Procure levantar o que você sabe a respeito do assunto da questão de redação.

Lembre-se de que, hoje em dia, de uma forma ou de outra, todos temos sido informados pelos meios de comunicação sobre o que se passa mundo afora, mesmo que superficialmente.

Portanto, pensar que não se sabe nada, absolutamente nada a respeito de determinado assunto, é não querer puxar pela memória!

Treinar, treinar e treinar a produção textual é o segredo para ganhar desenvoltura e deixar de temer as questões de redação.

Agora é com você!