Têm sido bastante comuns propostas de redação baseadas em textos literários apresentados aos candidatos isoladamente ou como parte de coletâneas de fragmentos textuais.
É bom recordar que texto literário é aquele cuja função da linguagem predominante é a poética (centrada, portanto, na linguagem) e no qual a liberdade de expressão do autor é ilimitada.
Assim, por ser fortemente conotativo, oferece ao leitor recursos linguísticos que o remetem aos mais inusitados significados e às mais diversas associações.
É preciso, dessa forma, estar muito atento(a) a todos os apelos do texto para não perder o(s) significado(s) que o autor tenha atribuído às suas partes, até mesmo a pormenores como a sonoridade das palavras, o ritmo e o significado de cada figura de linguagem e pensamento.
O que fazer então?
Lido um texto literário, em prosa ou em versos, observe inicialmente quem seja o(a) seu(sua) autor(a) e associe informações que você possa ter a respeito dele(a).
Ainda mais, reconheça o tipo e o gênero textual (por exemplo: seria um conto, uma fábula ou um apólogo?) e também a fase literária na qual tenha sido redigido (por exemplo: seria um texto da atualidade, do romantismo ou parnasianismo?).
A seguir, faça uma leitura corrida apenas para conhecer o assunto, sem a pretensão de interpretá-lo por enquanto.
No passo seguinte, releia o texto com a intenção de ir mais a fundo em seu entendimento até chegar à tese, ou seja, ao que o(a) autor(a) afirme (ou desminta) sobre o assunto em tela.
Para textos mais complexos, releia mais de uma vez, se necessário, sempre com lápis ou caneta à mão, iluminando ou grifando as suas partes notáveis.
Tenha por hábito registrar ao lado de cada fragmento lido os diferentes efeitos que possam provocar ou as sínteses das suas mensagens parciais, pois, ao final da leitura, essas anotações poderão formar um painel que facilite a visualização do tema geral.
Desvendada a tese, escreva-a com as suas próprias palavras e procure levantar argumentos que possam sustentá-la ou refutá-la, conforme o caso.
A seguir, planeje o texto. Sugerimos, para redações de até 30 linhas, o seguinte esquema:
Introdução: breve contextualização (se for o caso) + apresentação da tese do texto (o seu ponto de vista sobre a situação-problema da coletânea ou do texto-base) + dois ou três argumentos pessoais que sustentem a tese (na ordem crescente de importância) + plano de curso (como o texto será desenvolvido) + objetivo(s) do trabalho.
Parágrafos mediais: reapresentação dos argumentos na forma de tópicos frasais de seus respectivos parágrafos (na mesma ordem segundo a qual tenham sido apresentados na Introdução) + expansão (por meio de exemplos, dados numéricos, constatações, analogias, aplicações etc.).
Conclusão: expressão inicial (facultativa) + reafirmação da tese do texto (a mesma apresentada na Introdução) + apresentação de soluções à situação-problema da questão (competência 5 do Enem, se for o caso) + apreciação final.
Agora é treinar, treinar e…treinar!