Observe os aspectos em negrito abaixo, os quais são indispensáveis a uma boa dissertação:
Valorização do posicionamento crítico: você será solicitado a emitir opinião própria sobre determinado assunto ou alguma situação-problema.
Assim sendo, não fique em cima do muro, pois do contrário poderá denunciar falta de conhecimento ou discernimento sobre o assunto em questão.
Procure emitir a sua opinião de maneira bem direta e sucinta, de forma impessoal e isenta de paixões.
Exemplo: O envelhecimento da população brasileira trará substancial sobrecarga financeira ao Sistema Único de Saúde.
Predomínio da função referencial da linguagem: quem disserta pode ser comparado a um jornalista que esteja preparando matéria in loco sobre uma anunciada tempestade tropical.
Ora, se ele entrar no olho do furacão, não terá condições de observar o fenômeno da natureza a distância nem de avaliar as suas medidas; com isso, a qualidade do seu trabalho estará comprometida.
Dessa forma, é preciso afastar-se do objeto da observação para poder-se analisá-lo de forma bem criteriosa.
A função referencial da linguagem, por estar centrada no contexto, e não no emissor nem no código, no receptor ou na mensagem a ser veiculada, coíbe os personalismos, inibe os exageros de quem escreve e contribui para o equilíbrio do texto.
Impessoalidade: o texto dissertativo não admite o uso da primeira pessoal do singular (“eu”) na condução da argumentação.
Assim, em vez de, por exemplo, Constatei muitos danos depois da tempestade tropical., prefira Constataram-se muitos danos depois da tempestade tropical.
O uso dos verbos no modo infinitivo também pode ser bom recurso para manter a impessoalidade da argumentação: Constatar muitos danos depois da tempestade tropical dimensionou a gravidade da situação.
Linguagem formal, clara, coesa e coerente: a linguagem é o código por meio do qual as ideias do emissor chegam ao receptor e por ele são entendidas.
Quando se trata de dissertação, a formalidade impõe-se, e as gírias e os clichês devem ser evitados.
A clareza deve ser buscada com construções frasais simples, preferencialmente na ordem direta e com vocabulário preciso.
Deve-se usar com muito cuidado as intercalações e as inversões, já que poderão trazer algum ruído ao entendimento do texto.
A coesão e a coerência podem ser conseguidas com planejamento acurado de como se deva apresentar e desenvolver cada ideia e adequado emprego dos conectores e dos sinais de pontuação.
Ausência de vícios de linguagem e de raciocínio: o texto dissertativo deve estar isento de todo e qualquer desvio que possa comprometer a sobriedade e o senso comum.
Dessa forma, é inadmissível a presença de obscuridades, ambiguidades, radicalismos, generalizações indevidas, conclusões precipitadas, exageros descabidos e demais senões viciosos.
Observância da gramática normativa: o conhecimento e o mais adequado emprego das regras e exceções da linguagem culta é o que espera de quem, como você, disponha-se a dissertar. Portanto, não deixe de revisar pontos da gramática que deem margem a dúvidas.
Agora é treinar, treinar e…treinar.