Quando o autor de uma dissertação radicaliza ou generaliza indevidamente na apreciação de alguma situação-problema, compromete fortemente a qualidade do texto.
Uma boa dica para você não cair nessas ciladas é evitar o emprego dos advérbios e os pronomes da família nunca, sempre, ninguém, todos, tudo e nada, pois poderão sugerir, além de generalização, radicalismo desaconselhável.
Exemplo: Os problemas do Brasil nunca serão solucionados, pois nada se faz contra a imoralidade dos homens públicos.
Observe os seguintes comentários:
- com que autoridade pode-se afiançar que nunca os problemas do Brasil serão solucionados?
- ainda mais, nada é um pronome que indica coisa nenhuma e enfraquece o peso da argumentação, haja vista que basta uma única ação corretiva que combata a imoralidade dos homens públicos ser efetivada para derrubar essa tese.
- outra questão: o texto é impreciso, pois a que tipo de imoralidade dos homens públicos o texto remete o leitor, pessoal ou funcional? Não se sabe.
- finalmente, comete-se erro de generalização: quem são esses homens públicos? Todos? Nem pensar…
- outra pergunta sem resposta: a que categoria de homens públicos o texto se refere?
- essas questões não respondidas pelo texto enfraquecem a argumentação, já que basta um único homem público contrariar essas expectativas para desbancar a tese.
Corrigindo: Os problemas do Brasil começarão a ser solucionados quando políticos condenados pelos seus respectivos conselhos de ética forem impedidos de assumir cargos públicos.
Ficou bem melhor, não?
Agora é com você, sem radicalismos nem generalizações indevidas!