Todo cuidado é pouco com a linguagem, pois o menor dos descuidos poderá induzi-lo a escrever impropriedades.
Seria ilógico, por exemplo, você comparar um elefante a uma cadeira, não é mesmo?
Pois bem, absurdo análogo pode acontecer, mesmo que de forma mais sutil, quando omitimos alguns termos da oração em casos de comparação.
Exemplo: A cor da laranja é diferente do abacate.
Ora, o que está em jogo nesse caso não é a comparação entre duas frutas, mas, sim, entre as cores dessas duas frutas.
Como está escrito, a rigor, comparou-se a cor da laranja com um abacate, o que é absurdo, pois ou você compara cor com cor ou fruta com fruta.
Corrigindo:
A cor da laranja é diferente da do abacate. (a palavra “cor”, antes de “abacate”, pode ser omitida porque é de fácil depreensão)
A laranja é diferente do abacate. (comparação lícita entre duas frutas)
Aplicação – Corrija os deslizes na linguagem dos fragmentos que seguem:
O ritmo da música baiana é mais cadenciado do que a cearense.
O tiro de um fuzil é comparável a uma metralhadora.
Os brasileiros têm melhor qualidade de vida do que os países da África.
Possíveis soluções – O ritmo da música baiana é mais cadenciado do que o da cearense. / O tiro de um fuzil é comparável ao impacto de uma metralhadora. / Os brasileiros têm melhor qualidade de vida do que a dos africanos.
Cuidado, pois, ao escrever!
As concessões da linguagem oral não devem contaminar o texto formal.
Agora é com você.